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Estratégias de marketing digital para políticos em campanha eleitoral

Uma pessoa usa o computador para definir estratégias de marketing digital para políticos. Símbolos que remetem às redes sociais saem da tela.

O marketing digital para políticos tem se tornado uma ferramenta crucial para campanhas eleitorais em um mundo cada vez mais conectado. Com a internet e as redes sociais, é possível não apenas disseminar mensagens, mas também estabelecer conexões significativas com eleitores.

Por outro lado, é preciso compreender que essa ferramenta sozinha não é suficiente para garantir o sucesso em uma eleição. Isso significa que, além de realizar campanhas nos meios convencionais e nas ruas, a estratégia eleitoral digital deve ser diferenciada dos demais canais.

Qual é a importância do marketing digital para políticos?

Frequentemente, a internet é vista apenas como mais um meio de amplificar as mensagens dos candidatos, mandatários e partidos políticos. No entanto, ela também proporciona um ambiente para criar relacionamentos e interagir com diversos públicos.

Além disso, seu uso faz parte do dia a dia dos eleitores. Segundo o YouGov Profiles, 49,4% dos brasileiros relatam usar sites ou aplicativos de redes sociais pelo menos uma vez por semana. Assim, o uso estratégico do marketing digital tornou-se uma necessidade para toda campanha eleitoral moderna.

Alguns governos, partidos e políticos têm conseguido se adaptar à nova dinâmica, enquanto outros tentam transferir as antigas lógicas para os novos meios, desperdiçando assim seu potencial. É fundamental enxergar as redes como meios de interação com os cidadãos ou como ferramentas para gestão, ao invés de meros canais de publicidade.

Vale ressaltar que as redes sociais são uma arma poderosa, mas não única, para a comunicação política. Assim, a presença nas ruas e demais meios de comunicação ainda é relevante e não deve ser descartada nas estratégias de campanha eleitoral.

Como usar o marketing digital em campanhas eleitorais?

  • Ativar antigos eleitores: Pessoas que já votaram no partido podem se reconectar e se convencer novamente por meio de conteúdos, relações e publicações de seus contatos, pelas pequenas percepções que criamos nas redes e fora delas.
  • Conquistar indecisos: Os indecisos são o público principal ao qual devemos nos dirigir, e isso pode ser alcançado por meio de relacionamentos e conteúdos. Devemos criar percepções e mensagens com as quais eles se identifiquem e se sintam representados, de forma a serem memoráveis e lembrados em meio às outras candidaturas em que estão em dúvida.
  • Desativar eleitores potenciais de outros partidos: Talvez não consigamos que nos votem, mas podemos tentar semear dúvidas para que, pelo menos, não votem no concorrente.
  • Mobilizar ativistas: Isso é alcançado por meio de conteúdo, vínculos, conversas e oferecendo possibilidades para que se envolvam. Trata-se de obter mais visibilidade em outros círculos, em outras redes e linhas de tempo de pessoas não politizadas.
  • Aproveitar a criatividade dos simpatizantes: Entre nossos ativistas, há muito talento que devemos identificar e usar na campanha.

É fundamental também ter uma presença offline com os relacionamentos estabelecidos. É necessário que as pessoas falem sobre a campanha online, que sejam criadas atividades nas ruas, que se forme uma comunidade capaz de se reunir, dialogar e criar ações de campanha, convencendo seus amigos. Sem presença nas ruas, não se vence eleições. O que pode decidir em qual candidato votar são o “boca a boca” e os relacionamentos online e offline.

Como engajar eleitores online?

Outra regra básica é entender que o sucesso de uma campanha online não depende apenas do número de seguidores, mas do que eles fazem por nós. Para oferecer um exemplo realista e quantitativo, consideremos o seguinte cenário usando métricas de engajamento nas redes sociais:

Suponha que um candidato tenha 80.000 seguidores no Instagram. Destes, 4.000 (5%) ativamente compartilham e interagem com seu conteúdo, o que é considerado uma taxa de engajamento razoável para uma conta de tamanho médio. Em contraste, um adversário possui 60.000 seguidores na mesma plataforma, mas 6.000 deles (10%) compartilham e interagem com suas postagens.

Este último caso indica uma taxa de engajamento significativamente maior, apesar do número menor de seguidores. Este maior engajamento sugere que o adversário está se saindo melhor em termos de mobilização de sua base de apoio e potencialmente alcançando uma audiência mais ampla, visto que o conteúdo compartilhado pode chegar a não seguidores através das redes de cada pessoa que interage. Portanto, mesmo com menos seguidores, o adversário tem um impacto mais profundo e extenso, o que pode ser crucial durante períodos eleitorais.

Quanto mais engajamento, mais visibilidade, mas também evidencia que os conteúdos serão melhores e haverá mais relacionamento com esses seguidores. Vale ressaltar que quase ninguém compartilha um conteúdo ruim, exceto os mais fanáticos.

Portanto, o que realmente importa no marketing digital para políticos é o número de pessoas que se conectam com o que dizemos e quantas compartilham isso em seus círculos de amigos e familiares, fora de nossa bolha politizada.

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