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Estratégia pensada para os diferentes tipos de eleitores

De maneira geral, qualquer campanha política visa conquistar o apoio dos eleitores, pois é por meio de seus votos que se alcança a vitória almejada. Com estratégias definidas, mensagens claras, segmentação de públicos-alvo e publicidade criativa, as campanhas buscam promover o candidato como a melhor opção eleitoral.

O objetivo é fortalecer o apoio sólido, conquistar os eleitores indecisos e neutralizar a oposição. No que diz respeito à fidelização e mobilização eleitoral, a estratégia visa reforçar o compromisso dos eleitores fiéis e, gradualmente, conquistar uma parte dos indecisos até que estes se alinhem com a causa da campanha.

No campo político-eleitoral, os principais especialistas concordam que existem três categorias principais de eleitores, são elas:

  • Eleitor decidido: este é aquele indivíduo que já tomou sua decisão de voto antes mesmo do início do pleito e é difícil de persuadir a mudar de ideia. Nesse caso, a campanha política tende a focar em reforçar sua convicção e incentivar sua militância.
  • Eleitor indeciso: este eleitor ainda não definiu sua escolha de maneira definitiva, seja devido à apatia ou à falta de convicção em qualquer candidato. Geralmente, ele requer de mais informações para tomar sua decisão, e é frequentemente o alvo principal das campanhas.
  • Eleitor opositor: este grupo representa os eleitores que são firmemente leais aos adversários políticos e é improvável mudarem de ideia. Identificar esse grupo é importante para evitar esforços fúteis ou dispendiosos durante a disputa eleitoral.

Razões do voto dos eleitores

Alguns autores apresentam outras categorias, mas, em essência, mantêm as mesmas características. Por exemplo, Sánchez Galicia e Aguilar (2004), em seu livro “Razones de voto,” falam de quatro categorias adicionais:

  • Voto resistente: eleitores com alta probabilidade de votar consistentemente no mesmo partido ou candidato.
  • Voto final ou volátil: eleitores que têm simpatia por mais de uma opção eleitoral e podem ser influenciados por fatores favoráveis.
  • Voto contra: eleitores que escolhem candidatos que representam a oposição a um partido ou candidato que não lhes agrada.
  • Voto abstencionista-oculto: eleitores que não revelam sua intenção de voto durante a disputa e têm alta probabilidade de se abster.

Dávalos (2013), em “Metodologias e Estratégias para Campanhas Eleitorais”, menciona a existência de um “voto suave” e um “voto possível”. O “voto suave” se refere a eleitores inicialmente inclinados a uma opção, mas que podem ser influenciados por outras campanhas e, assim, mudar de ideia. O “voto possível” engloba aqueles que, como os indecisos, podem ser convencidos e persuadidos por uma campanha de comunicação bem-sucedida. Ambas as categorias se enquadram na categoria dos indecisos ou finais.

Guzmán (1992), em seu “Manual de Campanhas Eleitorais”, argumenta que cerca de 70% do eleitorado que não se abstém já tem sua intenção de voto definida antes do início da campanha eleitoral. Isso significa que a maioria (7 em cada 10 eleitores) se enquadra nas categorias de “voto duro” ou “voto contra”, enquanto os 30% restantes são suscetíveis a serem conquistados por meio de uma campanha eleitoral bem planejada. Portanto, o foco principal das campanhas é fortalecer o apoio sólido e conquistar os eleitores indecisos, finais ou voláteis.

Construção prévia de campanha eleitoral

É importante notar que toda campanha eleitoral parte de um trabalho prévio, seja construído por meio de atividades sociais ao longo do tempo, ou baseado na carreira política prévia do candidato. Portanto, a campanha não começa do zero, mas é construída sobre uma base de apoio existente.

Para uma compreensão mais profunda, é fundamental que a campanha inicie muito antes do anúncio oficial da candidatura. É necessário ter um líder ou grupo que coordenou movimentos políticos ou sociais antes do período eleitoral. Esses grupos de cidadãos que seguem uma causa, liderança, ou são filiados ao partido político serão os responsáveis por criar a estrutura territorial da campanha, que servirá como ponto de partida para a organização.

Essa estrutura é composta por todas as pessoas que inicialmente apoiam o projeto político, seja por afinidade com a liderança do candidato ou com o partido. Existem arcabouços com forte ligação partidária, formadas por dirigentes e filiados, e outras com influência cidadã ou cívica, que geralmente seguem uma liderança personalista ou uma causa específica. Para cada tipo de estrutura, existem metodologias específicas de mobilização eleitoral.

Nas campanhas políticas é comum implementar mecanismos de mobilização eleitoral, mesmo sem uma estratégia rigorosa de rua. Não se deve depender exclusivamente de um único método de mobilização, pois isso pode levar à derrota.

É importante reconhecer que os apoiadores da campanha têm diferentes capacidades de recrutamento, e é um erro presumir que todos podem contribuir da mesma maneira. Portanto, a metodologia de fidelização é crucial para transformar o compromisso inicial em votos.

O modelo de multiplicação deve ser adaptado às diferentes estruturas, seja digital ou de rua, para estabelecer táticas eficazes de aumento de militantes. É essencial conhecer o tipo de eleitor e elaborar estratégias específicas para cada grupo, otimizando tempo e recursos. Por exemplo, não faz sentido investir recursos na tentativa de conquistar um eleitor decidido, pois é improvável que ele mude seu voto.

Mobilização dos eleitores

Em conclusão, é fundamental para o sucesso de qualquer campanha política o entendimento dos diferentes tipos de eleitores. Essas categorias, que variam desde os eleitores decididos até os indecisos e voláteis, moldam a estratégia de conquista de votos.

É crucial direcionar os recursos e esforços de forma inteligente, concentrando-se naqueles eleitores com o potencial de serem persuadidos e mobilizados.

Além disso, é importante relembrar que uma campanha eleitoral não começa no momento do anúncio da candidatura, mas sim muito antes, por meio do cultivo de apoio e da construção de estruturas territoriais sólidas. Essas estruturas, compostas por apoiadores e simpatizantes, desempenham um papel crucial na mobilização e na multiplicação de seguidores.

Ao implementar estratégias de mobilização, é fundamental evitar a dependência de um único método e reconhecer as diferenças nas habilidades de recrutamento dos apoiadores. A metodologia de fidelização desempenha um papel vital na transformação do compromisso inicial em votos efetivos.

Portanto, compreender os tipos de eleitores, adaptar estratégias às diferentes estruturas territoriais e otimizar recursos são elementos essenciais para o sucesso de uma campanha eleitoral. O conhecimento e a estratégia desempenham um papel fundamental na busca pelo triunfo desejado nas eleições.

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