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Marketing governamental vs. marketing eleitoral: estratégias e metáforas na comunicação política

Marketing político vs. governamental na comunicação política

O cenário político é muito mais do que um simples palco para os embates ideológicos e a busca pelo poder. Ele é o campo de batalha onde estratégias intricadas, comunicação eficaz e persuasão habilidosa se entrelaçam em uma dança constante. Dentro dessa paisagem dinâmica, o marketing político emerge como uma ferramenta essencial, dividindo-se em dois grandes eixos: o marketing governamental e o marketing eleitoral.

Apesar de compartilharem um conjunto de ferramentas e técnicas, esses dois aspectos do marketing político são distintos em suas abordagens fundamentais. Eles divergem não apenas no tempo e nos objetivos de suas estratégias, mas também no meio utilizado para transmitir suas mensagens. Esse canal, muitas vezes, está impregnado por uma linha emocional sutil, porém incrivelmente poderosa, que visa cativar e influenciar as percepções do público.

No âmbito do marketing eleitoral, encontramos uma urgência implícita em suas ações. Este ramo da comunicação política está intrinsecamente ligado à efemeridade dos ciclos eleitorais. Sua meta é clara: obter resultados rápidos e decisivos, persuadindo os eleitores em um período determinado. É um cenário de campanhas intensas, com um cronograma pré-definido que culmina no dia das eleições.

Linguagem de marketing político e eleitoral

A linguagem do marketing eleitoral é, muitas vezes, eminentemente publicitária, buscando cativar a atenção do eleitor e movê-lo à ação desejada — o voto. Nesse contexto, cada palavra, imagem e gesto são meticulosamente planejados para criar impacto imediato e duradouro.

Por outro lado, o marketing governamental se estende além das fronteiras temporais das eleições. É uma abordagem de longo prazo, que visa estabelecer uma presença constante e duradoura na mente do público. Aqui, a comunicação é multitemática e visa construir uma imagem sólida ao longo do tempo, distanciando-se da urgência eleitoral.

Metáforas de comunicação política

Podemos visualizar essa distinção utilizando metáforas elucidativas. Enquanto o marketing eleitoral é comparado à blitzkrieg, uma guerra-relâmpago que busca a conquista rápida e fulminante dos eleitores, o marketing governamental se assemelha mais a uma guerra de trincheiras. Este último é uma batalha de longa duração, com avanços graduais e constantes ao longo do tempo.

As estratégias do marketing governamental são como maratonistas políticos, que sabem que devem administrar seus recursos energéticos ao longo de um mandato ou período de governo. O objetivo não é simplesmente ser o primeiro a cruzar a linha de chegada, mas sim garantir uma presença consistente e positiva na mente do público.

Além disso, as metáforas do boxe também podem ser aplicadas. Enquanto o marketing governamental é como um boxeador que busca ganhar por pontos, com uma defesa sólida e ataques precisos ao longo do tempo, o marketing eleitoral é mais semelhante a um boxeador que busca o nocaute. É uma abordagem contundente, rápida e intensa, focada em atingir o oponente de forma decisiva e imediata.

Essas metáforas ilustram vividamente as nuances e as complexidades do marketing político. Cada abordagem tem seu momento e seu lugar no cenário político, e a chave para o sucesso está em compreender a dinâmica entre eles, adaptando as estratégias de acordo com o contexto e os objetivos estabelecidos.

Em última análise, o marketing político não é apenas sobre persuadir ou conquistar votos; é sobre construir narrativas, estabelecer conexões emocionais e moldar percepções. É uma arte sutil, mas poderosa, que influencia não apenas o resultado das eleições, mas também a maneira como os governos se relacionam e se comunicam com seus cidadãos. Ao explorarmos as nuances entre o marketing governamental e eleitoral, mergulhamos em um mundo fascinante onde a política encontra a comunicação e a estratégia.

Marketing eleitoral: a blitzkrieg da comunicação política

O marketing eleitoral é o protagonista das campanhas políticas, focado em resultados rápidos e decisivos. Seus tempos são curtos e predeterminados, seguindo uma narrativa que tem um claro começo, meio e fim – o dia da eleição. Sua linguagem é eminentemente publicitária, com um objetivo claro: convencer o eleitor e levá-lo à ação desejada, que, nesse contexto, é o voto no candidato em questão.

Comparando-o a uma estratégia militar, o marketing eleitoral se assemelha à blitzkrieg, termo alemão que significa guerra-relâmpago. Assim como essa tática militar, o marketing eleitoral envolve grandes deslocamentos de estratégias, movimentos rápidos e a conquista de territórios eleitorais. É uma abordagem que busca o efeito surpresa e a rapidez na manobra, não dando tempo para que as forças adversárias se organizem.

Marketing governamental: a guerra de trincheiras da comunicação pública

Por outro lado, o marketing governamental é como uma guerra de trincheiras, uma batalha de longa duração com objetivos a médio e longo prazo. Aqui, a comunicação é multitemática e busca estabelecer uma presença contínua e duradoura na mente do público. Em contraste com a natureza fulminante do marketing eleitoral, o marketing governamental é mais paciente, buscando pequenos avanços ao longo do tempo.

A comunicação de um governo ou partido político é uma maratona, não uma corrida de curta distância. Os maratonistas políticos sabem que devem gerir seus recursos energéticos ao longo de muitos quilômetros (ou anos) de gestão. O objetivo não é ser o primeiro a chegar, mas sim chegar bem, consolidando a presença e a reputação perante o público.

Metáforas do boxe e do atletismo na comunicação política

Para ilustrar ainda mais essa diferença fundamental, podemos recorrer às metáforas do boxe e do atletismo, conforme apontado pelo professor Daniel Eskibel.

O marketing governamental é como um boxeador que busca ganhar por pontos. Tem uma boa defesa, comete alguns erros, mas possui precisão no ataque. É uma estratégia que usa o tempo a seu favor, desgastando o adversário e acumulando forças ao longo dos “rounds” da gestão.

Já o marketing eleitoral se assemelha a um corredor de 100 metros rasos. O candidato deve buscar ser o primeiro, posicionando-se à frente dos concorrentes e, o mais importante, cruzando a linha de chegada antes de todos. É uma corrida intensa, onde cada passo é crucial para a vitória.

A importância do mandato na construção do marketing eleitoral

É importante destacar que o mandato político, seja no executivo ou legislativo, é uma oportunidade ímpar para construir uma base sólida para futuras campanhas eleitorais. Durante o mandato, ações de comunicação podem ser utilizadas para ampliar o alcance das políticas implementadas, estimular o engajamento da militância, combater boatos e fake news, solidificar a reputação do político e expandir a base de apoiadores.

Em última análise, não se trata de dizer que um modelo de marketing político é mais eficaz do que o outro. Cada um tem seu momento e sua importância no cenário político. Tudo depende do contexto, do tempo disponível e dos objetivos estabelecidos.

Conclusão: a arte sutil da comunicação política

O marketing político, seja governamental ou eleitoral, é uma arte complexa que envolve estratégias multifacetadas, comunicação eficaz e compreensão profunda do público-alvo. As metáforas de guerra, boxe e atletismo nos ajudam a visualizar as diferenças essenciais entre essas abordagens.

Enquanto o marketing governamental se assemelha a uma guerra de trincheiras, com avanços graduais ao longo do tempo, o marketing eleitoral é como uma blitzkrieg, uma ofensiva rápida e intensa para conquistar o voto do eleitor.

Em última análise, a chave para o sucesso está em compreender o momento certo para cada estratégia, utilizando o tempo disponível de forma eficaz e adaptando as táticas conforme o contexto político e social em que se está inserido. Assim, políticos e partidos podem utilizar o marketing político como uma ferramenta poderosa para alcançar seus objetivos e conquistar a confiança e o apoio do eleitorado.

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