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Estrutura territorial em campanhas eleitorais

Toda campanha eleitoral nasce de um trabalho prévio, seja porque o candidato já tem um histórico de atuação social ou uma carreira política anterior. O ponto central é que nenhuma campanha começa do zero; é necessário ter um percurso político ou social que tenha despertado simpatias e conquistado apoios para o projeto político que está prestes a ser iniciado. Para efeitos do modelo aqui apresentado, esse grupo – sejam cidadãos que seguem uma causa ou liderança particular, ou sejam militantes do partido – é o que vai começar a gerar a estrutura territorial da campanha eleitoral.

Definição da estrutura territorial

A estrutura territorial será composta por todas as pessoas que, desde o início, apoiam o projeto em andamento, motivadas pelo próprio candidato ou pelo compromisso ideológico com o partido. Existem estruturas territoriais com alta conotação partidária, formadas por líderes e militantes, e outras com forte influência cidadã ou cívica, geralmente seguindo um líder personalista ou uma causa específica. Para cada uma dessas, há metodologias de multiplicação eleitoral que serão abordadas mais adiante.

Inventário de líderes e lideranças

A campanha deve iniciar com um inventário de líderes e lideranças dos seguidores que apoiam o projeto político desde o começo, com o objetivo de construir a organização territorial a partir deles. Para este artigo, consideramos como líder qualquer cidadão que simpatize com a campanha ou o candidato e tenha a capacidade de influenciar um grupo de pessoas próximas.

Existem diferentes tipos de líderes (ou níveis de liderança), e cada um deve ser valorizado conforme sua influência. Por exemplo, um líder comunitário que realiza atividades de alto impacto social terá maior responsabilidade no modelo proposto do que um cidadão cuja influência se limita a sua família e amigos. Ambos são importantes para a organização, mas cada um terá metas eleitorais distintas.

Estrutura política partidária

Quando a campanha conta com um partido organizado e comprometido, a estratégia de campo pode ser iniciada a partir de seus próprios militantes. Dependendo do nível da campanha (nacional, regional, municipal), pode-se ter um “exército” de militantes à disposição. Utiliza-se um esquema escalonado de lideranças, onde militantes que lideram grupos de cidadãos ou regiões específicas têm maior responsabilidade do que os militantes de base. A militância partidária, por si só, não garante o funcionamento de uma estratégia territorial; são necessárias doses significativas de liderança, disciplina, compromisso e responsabilidade.

Estrutura cidadã

É cada vez mais comum que as estruturas territoriais das campanhas sejam compostas por grupos de cidadãos comprometidos com um líder ou projeto político específico, mais do que com a ideologia partidária. Essas estruturas movem-se pela motivação e emoção que o projeto gera, bem como pelo nível de relação e compromisso com o líder. As estruturas cidadãs podem ter maior compromisso com a causa e o líder, surgindo de uma identificação pessoal com o projeto. Contudo, por não terem necessariamente uma vinculação política, podem ser mais volúveis. A relação com elas deve sempre envolver emocionalidade para gerar identificação e compromisso.

Grupos Operativos de Trabalho (GOT)

Os grupos operativos de trabalho (GOT) são formados por cidadãos que, por afinidade política, partidária, gremial ou social, aderem à campanha. Uma vez determinado com quem se vai trabalhar, organiza-se os simpatizantes em GOTs, de acordo com seus interesses comuns ou expectativas. Podem-se organizar GOTs conforme os interesses representados na campanha e também por critério geográfico, permitindo segmentar a meta eleitoral em grupos de trabalho específicos e com potenciais próprios.

Zonas de Intervenção Prioritárias (ZIP)

As zonas de intervenção prioritárias (ZIP) são determinantes na organização da estratégia de campo. Em uma campanha eleitoral, dificilmente é possível abranger todo o território devido a eleitores contrários, áreas de difícil acesso ou com pouco peso eleitoral. É necessário estabelecer critérios que permitam uma relação custo-benefício favorável para a campanha. As ZIPs são definidas com base em critérios como intenção de voto, nível de conhecimento do candidato e número de líderes e simpatizantes na área.

Assim, para uma campanha eleitoral eficaz, é fundamental criar e manter uma estrutura territorial sólida, composta por líderes influentes e cidadãos comprometidos, organizados de maneira estratégica e segmentada, para garantir o sucesso nas urnas.

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