Se você é pré-candidato saiba que irá enfrentar uma grande luta. Prepare-se para batalhar, prepare-se para a campanha eleitoral.

Afinal, o candidato batalha dentro do próprio partido, contra os adversários políticos, por espaço, por apoio, por cabos eleitorais, por financiamento…

Nada é dado de mão beijada em uma eleição.

Estar preparado para essa, inevitável, batalha é fundamental. Essa preparação é dividida em etapas, e eu vou te mostrar quais.

 

A primeira ação a ser tomada para se preparar para a luta é encontrar as próprias fraquezas. Portanto:

• Investigue o seu passado

Não existe ser humano perfeito. E eu não estou falando de escândalos ou manchas na trajetória política.

Todos nós já demos alguma declaração que nos arrependemos, se aliou a alguém que no final das contas não era tão amigo assim…

A primeira coisa que alguém que deseja disputar uma eleição é se perguntar se o seu passado é capaz de sobreviver a uma campanha eleitoral?

Qualquer ruído no passado pode virar uma grande pedra de tropeço nas eleições. Tanto o adversário quanto a própria mídia escavam informações que você acreditou estar muito bem enterrada.

E aquilo que você acreditou estar longe do seu presente volta à tona e você precisa lidar com esse elefante branco na sua sala de estar.

Portanto, investigar o seu passado antes dos seus adversários é imperativo para que suas fraquezas e possíveis problemas sejam detectados.

É importante ter em mãos todas as ranhuras do seu passado e uma forma de se retificar, e se não houver explicação, pelo menos que se esteja preparado para os ataques que poderá sofrer.

 

Na mesma proporção que é importante investigar a si mesmo, é importante investigar o seu adversário.

Por isso o próximo passo é:

• Pesquise o seu adversário

Não pense que ele não fará o mesmo. Pesquisar as fraquezas do seu adversário e utilizá-las de maneira estratégica faz parte do game e não é preciso temer fazê-lo. Entretanto, é preciso ter uma postura ética e não cruzar a linha entre a campanha negativa e a campanha de ódio.

Eu explicarei a diferença.

Campanha negativa é, resumidamente, contestar as qualificações do seu opositor. Essa contestação se dá através das ranhuras do seu passado.

Afinal, impressões negativas são muito mais impactantes para os eleitores que as positivas, infelizmente. A fraqueza pesa mais que a força nesse ponto.

Mas o que é a campanha de ódio?

Bem, quando uma campanha se pauta totalmente em tentar derrubar o opositor ela configura uma campanha de ódio. Uma discordância pessoal, não profissional.

Além de antiético é muito mal-visto pelos olhos dos eleitores.

Então, foque em uma campanha que exponha as nuances negativas, mas de forma justa. E como fazer isso?

Antes de divulgar qualquer informação sobre o seu adversário, tenha certeza de que esse material é verídico, que este fato está registrado de alguma maneira e que você tem como provar que essa informação é verdadeira.

Informação é importante, mas não é tudo.

O segundo ponto para munir-se para a campanha eleitoral é preparar-se financeiramente. Chegou o momento de você levantar fundos para a sua campanha.

• Levante fundos para a campanha eleitoral

Dinheiro é sempre um assunto delicado, não é mesmo? Delicado e desconfortável, pra dizer o mínimo.

Mas não se faz campanha eleitoral sem dinheiro, e precisamos falar sobre ele.

Tempo e dinheiro são fatores insubstituíveis e inegociáveis em uma campanha.

Uma campanha não depende apenas de recursos financeiros. Definitivamente eles não são os mais importantes em termos de fazermos uma campanha bem-feita. Ela depende também da imagem do candidato bem como sua estratégia de campanha. No entanto, pensando em uma campanha de modo geral, o dinheiro é um grande aliado.

Nesses meses que antecedem o pleito precisamos pensar em levantar recursos para financiar essa batalha. Você pode pensar exclusivamente em dinheiro, mas eu penso em combustível, propaganda, material impresso, equipe…

Arrecadação de fundos é indispensável e uma dica que eu dou é a vaquinha eleitoral. Que eu explico melhor neste artigo aqui.

Ainda sobre os recursos, eles precisam ser alocados com sabedoria para que não haja problemas financeiros na campanha. É certo que, problemas financeiros são comuns em uma corrida eleitoral. Portanto se faz necessário muito planejamento, tanto na arrecadação quanto na distribuição.

Ponha no papel todos os dados necessários para um bom planejamento financeiro. Caso seja possível, tenha uma pessoa de confiança que administre essa área.

Neste ponto você já é capaz de saber se seus recursos serão o suficiente para seguir com a campanha. Dispondo da informação de quanto você pode investir nessa batalha vamos para a próxima etapa da preparação para a campanha eleitoral: a mobilização da equipe.

• Monte uma equipe de sucesso

Não importa o quanto você seja qualificado como político, é impossível fazer uma campanha sozinho. É preciso uma equipe de profissionais que te auxiliem (cada um na sua especialidade).

Montar uma equipe demanda tempo e cuidado.

Antes de tudo seja honesto com a sua realidade. Quanto recurso você dispõe para contratar profissionais? Uma campanha de baixo custo também pode ser extremamente bem-sucedida, se for executada por poucos e ótimos profissionais.

Foque na qualidade, não na quantidade.

Uma campanha eleitoral, de qualquer tamanho e poder aquisitivo, precisa ter esses três pilares:

– pesquisa

– estratégia

– comunicação

O tamanho da equipe será proporcional ao tamanho do investimento que você poderá fazer, claro.

Outros profissionais também podem agregar muito valor para o produto final desta corrida eleitoral.

Com os profissionais trabalhando intensamente hora de buscar apoiadores para a sua campanha.

• Mobilize cabos eleitorais e apoiadores

Este é o momento de correr atrás dos amigos, apoiadores do partido, aquelas promessas feitas lá no início do ano, quando você anunciou o desejo de candidatar-se.

Os cabos eleitorais têm um papel fundamental na campanha, especialmente as de baixo custo, mais regionalizadas…

É importante separar cabos eleitorais de apoiadores.

Em uma campanha política os cabos eleitorais vêm como um profissional como qualquer outro, que pode ser contratado ou não pelo candidato. (Isso depende do acordo estabelecido entre as partes).

A principal tarefa de um cabo eleitoral é ser intermediário entre a população e o candidato. A ideia é que ele propague as ideias do político e apresente o seu plano de governo. Estabelecendo, assim, uma ponte.

Por ser um trabalho regularizado os cabos eleitorais podem ser contratados, mas existem regras para isso.

Cada município tem um número limite de cabos que podem ser contratados. Via de regra cada candidato pode ter 1% do eleitorado da cidade em número de cabos eleitorais. Nos municípios com mais de 30 mil habitantes é permitido adicionar 1 cabo a cada mil eleitores que excederem os 30 mil.

Então, num município com 31 mil habitantes o candidato pode ter 301 cabos eleitorais, e assim sucessivamente.

Os apoiadores, no entanto, são entusiastas políticos. Amigos, parentes, militantes…

Mas a mobilização destes é tão importante quando a dos cabos profissionais.

Manter uma equipe de entusiastas envolvidos nas atividades da campanha. O sentimento de pertencimento.

 

• Dê start na produção de material

Com uma equipe qualificada trabalhando com você, é hora de começar a montar o seu enxoval eleitoral.

O primeiro passo é criar uma identidade visual.

A identidade de uma é fruto de uma profunda análise. Tanto do candidato quando do meio que ele está inserido.

O material gráfico é, muitas vezes, o primeiro contato do eleitor com o político. Por isso é fundamental manter coeso os elementos verbais e não verbais.

“O texto diz uma coisa, a imagem diz outra coisa, juntos, os dois precisam dizer a mesma coisa.”

O trabalho de criação é algo que não pode ser menosprezado em uma campanha política. Especialmente agora, que a comunicação está cada vez mais rápida e o consumidor dessa informação cada vez mais impaciente.

O conteúdo do candidato precisa primeiro impactar os olhos, para, num segundo momento, ser lido. O desejo de conhecer mais sobre as propostas daquele indivíduo vem depois do interesse visual.

Formar uma identidade, uma marca política, é um trabalho árduo, que necessita pesquisa, aprofundamento técnico, criatividade. Não dá para fazer mais do mesmo ou copiar o que já foi feito. Identidade é o que o próprio nome diz: individualidade, personalidade, identificação!

 

Quem é você, o que você deseja e de que forma podemos traduzir isso em imagem?

 

Essas são as etapas fundamentais para estar bem-preparado para a luta. É claro, uma campanha eleitoral nunca é igual a outa. Haverá sempre variáveis, pedras no caminho…

Entretanto, pensando analiticamente e antecipadamente é possível prever e/ou se preparar para as adversidades futuras.

Seja estratégico, seja precavido. Prepare-se.

 

 

Continue aprendendo mais sobre marketing político no nosso podcast, o República Cast: