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O que fazer primeiro eleitoralmente no marketing político?

O quebra-cabeça eleitoral exige que peças de mesma importância sejam montadas quase ao mesmo tempo e antes dos adversários no marketing político de excelência.

O problema é que o mundo não é “perfeito” e a frase “política é a arte do possível” mostra-se uma grande verdade.

Dentro das principais atribuições do marketing político para proporcionar a diferenciação dos adversários e na busca de relevância perante a população votante, estão alguns destaques:

 

Construção de reputação

 

Passa pelo entendimento profundo dos problemas reais e da conexão com a população de seu domínio eleitoral. É através desse entendimento que vem a possibilidade de agir estrategicamente nas ações, a fim de fortalecer a ideia de que você é uma pessoa capaz de realizar as soluções para os problemas já compreendidos.

Nesta jornada, a exposição da imagem complementa e fortalece a construção de reputação, trazendo para o conhecimento do público as características e personalidade do político.

 

Construção de discurso

 

Muito negligenciado, pois quem acha que pode ser candidato político acredita que já fala bem naturalmente. 

A primeira coisa é distinguir “ser articulado” com “falar bem”. São coisas diferentes, e o “falar bem” tem a ver com efetividade.

Saber respeitar o tempo que tem, saber a hora de calar, saber técnicas de storytelling e estrutura de mensagens é realmente saber falar para um político.

É essencial ter a noção de que a “fala” é a base de todo direcionamento mental dado ao eleitor nos conteúdos que serão produzidos na internet. Além de ser o gancho que trará a atenção das pessoas, e através dela, irá manter o relacionamento com a população.

 

Construção de mobilização e liderança

 

Esse é o pilar chave para o marketing político. A partir dessa peça do quebra-cabeça você tem previsibilidade real de apoio e possibilidades de arrecadação, além de ter à disposição um exército pronto para dar capilaridade à sua mensagem e defendê-lo de ataques.

Daqui iniciamos a compreensão do nível dos desafios para os candidatos de “primeira viagem”. Eles não partem de pontos de partidas iguais, os recursos são diferentes e cada um começa em um tempo dentro dos ciclos eleitorais.

Por essas circunstâncias, a estratégia é fundamental. É preciso definir foco no marketing político. Foco na gestão de stakeholders eleitorais.

Stakeholders são públicos que um político se relaciona ao longo de sua jornada. Dependendo do momento, eles mudam em rua de prioridade. Além dos eleitores, existem outros stakeholders:

  • Colegas de partidos;
  • Influenciadores (digitais ou não);
  • Mídia;
  • Adversários;
  • Núcleo duro;
  • Equipe;
  • Mobilizadores;
  • Agentes de comunidade;
  • Empresários;
  • e vários outros.

Candidatos novos, que nunca disputaram uma eleição e estão vindo pela primeira vez, ou que já disputaram e perderam, têm os maiores desafios eleitorais dentro da construção do marketing político.

O maior de todos é saber que ações priorizar em investimento de tempo, energia e dinheiro:

  • Articulações políticas e partidárias;
  • Aproximação dos eleitores de segmento;
  • Aproximação de eleitores territoriais;
  • Criação de agendas e projetos.

Todas essas agendas impactam na construção de imagem e reputação, além de alimentarem o digital da campanha. Portanto, estão dentro do escopo estratégico da comunicação.

Tais ações são muito importantes e necessárias, porém, o grande problema é saber o que fazer primeiro, o que deixar de lado e o que ajustar em paralelo. Essa organização é vital para as chances de uma boa campanha.

Muitos candidatos têm verbas limitadas e o tempo contra eles. Essa é a razão da importância do planejamento estratégico que o marketing político traz nesta construção.

Movimentos errados em cenários de pouco tempo e recursos podem custar muito caro.

Não digo apenas o caso de derrota nas urnas, mas afastamento dos públicos prioritários, confusão na mente do eleitor, reputação ruim, desgaste com núcleo e partido, enfim, uma jornada mal planejada traz prejuízos em áreas inimagináveis.

Já uma corrida eleitoral bem planejada, com uma narrativa que faça sentido, mobilização que engaja de verdade e com um discurso que provoca ação nas pessoas, pode trazer vitórias políticas mesmo perdendo nas urnas.

Sem contar que as equipes – núcleo duro e mobilizadores –, precisam entrar em uma aceleração gradual de ações.

O trabalho de mobilizar e criar líderes não acontece da noite para o dia. As pessoas precisam adquirir habilidades, conhecimentos e atitudes que, provavelmente, não tinham antes.

Mesmo depois de receberem treinamento adequado e partirem para as ações de construção, o resultado é progressivo.

Para concluir, o marketing político profissional é uma junção de conhecimentos específicos com o tempo de maturação possível de realização de objetivos políticos.

É ingenuidade achar que em dois meses um número considerável de pessoas encherá salas de reuniões para ver alguém que não conhecem falar de política.

Esse é o trabalho mais difícil, porém, é o que traz mais resultado.

Como tudo que realmente importa, requer treinamento constante, recrutamento afinado, discurso profissional… e tudo isso requer tempo e estratégia.

As disputas políticas e eleitorais estão cada vez mais profissionais, o que faz a régua de atuações subir muito o nível.

Não abra mão de ser um profissional ou nem comece a jogar.

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