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O Brasil que nasce das urnas: Desafios do governo Bolsonaro

Final de ano é tempo de reflexão, de avaliar as promessas feitas no ano anterior e propor novos desafios para o ano que nasce. Em política não é diferente. Desse modo os partidos traçaram estratégias, propuseram metas para as eleições 2018, fizeram campanha para seus candidatos. Então é tempo de avaliar o Brasil que saiu das urnas e analisar as expectativas e Desafios do governo Bolsonaro e Casagrande gera no mercado político.

 

O BRASIL QUE SAIU DAS URNAS: CONGRESSO NACIONAL

A composição do Congresso Nacional será renovada em 60% dos parlamentares a partir de 2019. Será a maior renovação já registrada, no Senado, 85% dos eleitos são novos e na Câmara, a renovação chegou a 47%. Dessa forma, o resultado das urnas representa, até certo ponto, a rejeição ao sistema político vigente. Ou seja, se não fossem as mudanças feitas pela reforma política, o índice de renovação poderia ser ainda maior.

Dos 513 deputados, 251 foram reeleitos e 243 são parlamentares desafiantes. Os outros 19 deputados vêm de legislaturas anteriores (3,7%). No Senado havia 54 vagas em disputa, destes apenas 33 senadores disputaram a reeleição e apenas 8 voltam para a Casa em 2019.

A eleição marcou uma guinada conservadora no Congresso Nacional. De fato, foi a maior vitória eleitoral da direita desde o fim da ditadura. Os resultados do primeiro turno assinalam uma guinada conservadora nunca vista no país. Ou seja, partidos tradicionais e de centro, como o PSDB e o MDB, foram derrotados. Partidos nanicos e pequenos localizados à direita, por exemplo o PSL, os maiores vencedores. O bloco de partidos que forma o núcleo do Centrão – PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade – encolheu 22 parlamentares. Juntos, os cinco partidos terão 142 representantes na próxima legislatura, ante 164 em exercício atualmente, uma redução de 13,4%.

 

O GOVERNO DE JAIR BOLSONARO

A vitória de Bolsonaro era improvável. Tinha um orçamento de campanha eleitoral bastante modesto e limitado, palanques estaduais frágeis, histórico político controverso e com baixa relevância parlamentar, foi alvo de forte campanha negativa. Entretanto, vencendo todos os desafios, conseguiu ser eleito com mais de 57 milhões de votos no segundo turno.

O resultado da eleição projeta mudança significativa na política brasileira. Situado na extrema-direita do espectro ideológico nacional, Bolsonaro altera a correlação das forças que disputam o poder no país, por exemplo. Protagonistas nas últimas décadas, partidos como MDB, PT e PSDB terão de ceder espaço para aliados do próximo presidente, parte deles concentrada no PSL.

Sem experiência de governo e com pouco prestígio na cúpula do Congresso, apesar de sete mandatos de deputado federal, o presidente eleito ainda terá de provar capacidade de liderar uma mobilização política suficiente para recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento.

Apesar da vitória folgada sobre Haddad, Bolsonaro também terá o desafio de aprender a lidar com a oposição. Mesmo minoritárias, as bancadas parlamentares terão força para incomodar e, em muitos casos, atrapalhar o futuro governo.

 

ELEIÇÕES NO ESPÍRITO SANTO

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 614 candidatos participaram da disputa eleitoral por uma vaga na Assembleia Legislativa. O percentual de renovação foi de 50%. Dos 30 parlamentares da atual legislatura, 15 foram reeleitos. Na Câmara Federal a Renovação também foi de 50%. Entretanto, apenas 2 candidatos nunca tiveram mandato: Soraya Manato (PSL) e Felipe Rigoni (PSB). A maior surpresa ficou guardada para a disputa do Senado. Os dois Senadores que disputaram a reeleição perderam a eleição para Contarato (REDE) e Marcos do Val (PPS). Como resultado, Renato Casagrande não só conseguiu se eleger no primeiro turno, como venceu em praticamente todos os municípios do Espírito Santo, com exceção de Alegre.

 

OS DESAFIOS DE BOLSONARO E CASAGRANDE

Os próximos governantes terão uma série de desafios a cumprir. Na questão econômica, o principal deles é conter o avanço do déficit público. A Reforma da Previdência é o principal elemento de contenção do crescimento do desequilíbrio das contas públicas, já que o Regime Geral atingiu em 2017 um déficit de R$ 270 bilhões, portanto, a previdência se configura como a maior fonte do déficit público. A partir disso, fazer o país crescer, gerando emprego e renda para os quase 14 milhões de desempregados.

A Reforma Tributária, associada à desburocratização do ambiente produtivo, é outra questão que Jair Bolsonaro deve ter em conta. Assim  combate à corrupção e aos privilégios do setor público é uma demanda latente da população brasileira. Na segurança pública, o sentimento de impunidade e o combate ao crime organizado é um imperativo.

Os desafios são gigantes. Os eleitos assumem com uma grande expectativa sobre os seus ombros. Portanto, cabe a cada um honrar os votos que receberam, através de um mandato produtivo e com entregas para sociedade.

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