As campanhas eleitorais modernas são arenas hipercompetitivas. E, recentemente, é quase impossível pensar em um pleito que não tenha sido disputado até o último minuto. A política é assim: se um candidato quer ser eleito precisa estar preparado para viver essa batalha com todos os recursos que tiver.
Um dos elementos mais importantes na disputa política é manter uma equipe que trabalhe com a bússola profissional, ou seja, que tenha o necessário para nortear uma campanha eleitoral.
As campanhas tornaram-se, ao longo dos anos, um cenário onde a especialização comunicativa é fundamental. Afinal, há mais meios de comunicação, a entrega da mensagem está mais dinâmica e o popular muda numa velocidade quase impossível de acompanhar. O que antes era resolvido por apenas um profissional, hoje demanda uma equipe completa. O volume de mensagens aumentou, e com ele a importância do que é dito.
Por mais que ainda haja profissionais que digam que isso é balela, que com ele funcionou assim, sozinho e sem equipe foi eleito no ano tal… eu te digo seguramente: o cenário não é como antes.
A diversificação da equipe é inevitável. Mais cedo ou mais tarde aparecerá um competidor melhor assistido que passará na frente. É fundamental pensar na comunicação política de forma moderna, estratégica e profissional.
Tradicionalmente, quando os políticos consultam um especialista em comunicação eleitoral para obter conselhos, concentram-se em explicar os problemas que têm, as pressões a que está sujeito, as opiniões que recebeu dos seus colaboradores habituais e até as decisões que já tomou, como se procurasse validá-las. Claro que é importante ouvir o candidato, afinal, ele é a peça-chave desse jogo.
Via de regra, o candidato concentra-se em encontrar o melhor desenho para a imagem gráfica que vai aplicar em cartazes, material gráfico ou no seu perfil para as redes sociais, embora não pare para pensar se corresponde à estratégia e à mensagem central da campanha eleitoral.
Evidentemente, essa não é a melhor forma de propor uma abordagem estratégica para a comunicação eleitoral.
Os seguintes objetivos devem ser considerados: o que eu quero? Ganhar a eleição, posicionar-me ou apenas tirar votos de outra pessoa. Dessa forma, você pode começar a imaginar o caminho que pode levá-lo ao seu objetivo desejado.
Geralmente, a análise não segue essa sequência de diagnósticos, objetivos, estratégia e produção da comunicação. O pensamento político permanece em um plano tático. Mais do que pensar na construção de um eixo norteador da campanha e uma razão para o voto, é preciso pensar na conjuntura, na vida política, na urgência do eleitor, na necessidade da população.
Por isso, muitos aspirantes a um cargo de eleição popular encontram dificuldades para construir projetos importantes que se conectem com o eleitorado. Mas isso também explica por que aqueles que conseguem dominar ou, pelo menos, aceitar o pensamento estratégico para desenvolver sua campanha são bem-sucedidos.
O início de uma campanha eleitoral costuma ser um grande caos, pois, além dos problemas organizacionais que as equipes de candidatos possuem, há a ausência de um método para construir a estratégia e os elementos necessários para montar as mensagens adequadas.
Fazer uma campanha significa tempo, muito esforço e dedicação. São dias de pouco sono e alimentação irregular. Embora uma campanha também signifique momentos emocionantes. É a fase em que a vocação política encontra seu maior ponto de conexão com os cidadãos. Quando os eleitores vão às urnas, devem ser convencidos pelo efeito de uma campanha eleitoral ordeira, com estratégia, objetivos claros e que reflitam suas necessidades.
Assim, a questão que foi construída em sua mente será a razão que o motiva a votar em você ou em seu partido. Da mesma forma, a atribuição negativa ou positiva que foi construída dos tópicos em discussão pesará a balança a favor ou contra.
Na prática, uma campanha eleitoral é dividida em três partes: pesquisa, estratégia e comunicação.
Sem pretender ser uma receita, pois nenhuma campanha é desenvolvida da mesma forma, segue uma proposta moderna e prática. Meu objetivo é fornecer uma orientação eficaz que permita ao candidato argumentar, construir seu discurso de campanha e se preparar adequadamente para o debate eleitoral.
Para a mensagem na comunicação em uma campanha profissional, os seguintes pontos básicos devem ser levados em consideração:
- Investigue o cenário eleitoral adequadamente para conhecer o cenário da competição, as táticas dos adversários e as regras do jogo.
- Estabeleça objetivos estratégicos que podem ser: vencer a eleição, alcançar apenas uma posição política, ou dividir o voto em uma disputa acirrada.
- Defina a estratégia da campanha. Em outras palavras, o conjunto de táticas destinadas a alcançar o objetivo central.
- Defina e desenvolva a mensagem da campanha. Deve conter o motivo do voto, a argumentação para construí-lo e a forma de comunicá-lo efetivamente.
- O plano de comunicação, que nas campanhas eleitorais modernas é integrado pelo trabalho de redes terrestres, aéreas (spots definidos pela autoridade eleitoral) e sociodigitais, que devem ser utilizadas transversalmente ao longo da campanha. Treinar para comunicar adequadamente a mensagem é uma tarefa básica. Isso significa considerar não apenas como ela se parece, mas também como é ouvida e como se conecta com os eleitores.
É fato que não há duas eleições iguais. As características e o contexto de uma campanha determinam as regras do jogo, que variam de eleição para eleição. As questões em torno das quais cada candidato articulará sua estratégia dependerão do cenário eleitoral que enfrentará em cada disputa. Vai depender da agenda pública, das questões que os cidadãos apontam como relevantes, do que está em jogo, das lógicas de votação, das molas que mobilizam, dos problemas e demandas não resolvidas, do humor do cidadão e do que a mídia tem colocado como prioridade em suas agendas.
A segunda coisa a lembrar é que, diariamente, os eleitores são bombardeados com informações. As pessoas recebem notícias pela TV, rádio, redes sociais, no ambiente de trabalho e compartilham pelo WhatsApp. Na luta pela atenção, não se engane!
Os candidatos não concorrem apenas com outros que disputam o mesmo cargo, a verdadeira competição é entre os atores que lutam diariamente para conquistar a atenção do eleitor.
A mensagem de uma campanha eleitoral tem que passar por esse muro grosso de informações. Enquanto os candidatos, suas equipes de campanha e grupos de apoio passam meses, dias e horas, pensando e repensando estratégias para persuadir, os cidadãos gastarão apenas uma parte de seu tempo para atender a essas mensagens. Portanto, é fundamental que se invista tempo em uma estratégia de comunicação bem estruturada.
Saiba mais! Leia nosso artigo sobre o uso da comunicação política para mobilizar eleitores. Confira, ainda, os outros artigos publicados no blog da República Marketing Político. Não se esqueça de nos seguir nas redes sociais!