A campanha eleitoral de rua ainda tem um grande peso durante todo o processo de caminhada do político rumo ao pleito. Apesar do avanço do marketing digital, com a forte utilização das redes sociais, há territórios, especialmente em cidades menores, que o contato pessoal faz toda a diferença.
Os eleitores querem ver o candidato, apertar a sua mão, ouvir suas propostas. Esse contato direto deve sempre fazer parte da estratégia do candidato. E não é só durante a campanha, após eleito o contato direto com o eleitor deve permanecer. Mas hoje vamos falar exclusivamente do período eleitoral.
Atualmente, quando as pessoas pensam em campanhas populares nas ruas, elas pensam no famoso “porta a porta”. Uma campanha eleitoral de sucesso, para boa parte dos candidatos proporcionais, passa por uma estratégia de campanha porta a porta, ou seja, de contato direto com o eleitor.
A estratégia de ir para o povo é a prova da máxima: simples, mas eficaz. É uma abordagem básica por excelência, que permite ao candidato ser mais humano, descontraído, menos polido.
– Como fazer uma campanha de rua?
O primeiro ponto é pesquisar o local da visita. Especialmente em eleições proporcionais e em cidades menores, onde é muito comum um determinado candidato ser mais famoso em um bairro específico.
É muito importante que se comece a campanha em bairros que haja uma afinidade do eleitorado com aquele candidato.
Isso não quer dizer que não seja possível fazer campanha em bairros “opositores”. Nesses casos é importante convocar o maior número de apoiadores possível, para que a campanha se mostre expressiva.
– Vamos mesmo bater na porta do eleitor ou apenas abordá-los na rua?
Vamos sim! Bater na porta não é sinônimo de inconveniência. Muitos eleitores gostam de tal estratégia, basta não ser invasivo e tratar todos com altíssimo respeito. Contudo, é aconselhável visitar os apoiadores e eleitores registrados para evitar bater na porta errada.
Quando a cidade é muito grande e uma visita a cada eleitor é humanamente impossível, a visitação pode ocorrer por voluntários e apoiadores que representem o interesse do candidato.
Não importa o tamanho da sua campanha, ela precisa incluir um porta a porta.
– Conquistando os eleitores
O próprio ato de visitar o eleitor em sua residência, ou mesmo abordá-lo na rua, permite uma maior conexão candidato/eleitor.
Mas não se esqueça que o eleitor não é bobo, ele sabe diferenciar quando o candidato está realmente interessado naquela visita.
Para conquistar o eleitor não bastar ir para rua, tem que estar de corpo e alma naquela situação. É preciso ouvir o que eleitor tem pra dizer, validar a vivência daquelas pessoas, se sensibilizar com suas dores e não fazer promessas da boca pra fora.
Lembre-se que esse é o momento de ouvir mais e falar menos.
– Linguagem não verbal
Uma coisa que (normalmente) não damos atenção é na nossa linguem não verbal. Parte por ser algo natural, no qual não pensamos antes de fazer e em parte por não considerarmos relevante.
Mas acredite: é relevante.
O que seu corpo diz é tão importante quando o que sua boca pronuncia. Portanto, atente-se para alguns detalhes, tais quais:
– posição das mãos
– cuidado com gestos em excesso, pode parecer despreparo e ansiedade
– expressão facial indiferente ou irritadiça
– cuide para olhar sempre no olho do eleitor
-Aproveite o momento para pesquisar
Essa é uma excelente oportunidade de pesquisar a aceitação e/ou rejeição do eleitor.
É interessante que o candidato não assuma esse papel investigativo, pois, como eu disse anteriormente, esse é o momento de ouvir mais e falar menos.
O candidato deve ter em sua equipe agentes de pesquisa treinados para desempenhar tal função. Essa ferramenta funciona como um termômetro indicador de intenção de voto e aceitabilidade por parte do eleitor.
– Não se esqueça de captar dados
Os próprios agentes de pesquisa podem assumir a função de informar o eleitor sobre a lista de transmissão e convidá-lo a fazer parte. O Whatsapp na política é uma alternativa de marketing político muito eficaz atualmente. Aliado a uma boa estratégia de mídias sociais, sabendo utilizar esse aplicativo de forma responsável é possível gerar proximidade e informação junto aos eleitores e a comunidade como um todo.
saiba um pouco mais sobre o uso do WhatsApp na política no nosso podcast:
– Concluindo
O avanço das redes sociais dá a falsa impressão de que a campanha de rua está fadada ao fracasso. Isso não é verdade.
O contato humano está cada vez mais escasso, as interações, em sua maioria, são através de uma tela. E como se já não bastasse, enfrentamos um momento de isolamento, de medo do contato físico, de angústia, ansiedade e isolamento.
Exatamente por isso a campanha de rua deve ser ainda mais valorizada. O contato pessoal está virando um artigo de luxo
Estar nas ruas e ouvir o eleitor é uma demonstração de respeito e preocupação em manter esse contato vivo. Nós gostamos de conversar, de ouvir e sermos ouvidos.
Não abra mão desse momento com o seu eleitor.