A pesquisa faz parte do dia a dia, tanto das campanhas políticas quanto em toda a trajetória de um político. Desde a década de 1980 as pesquisas influenciam o cenário político nacional. Assim sendo, elas não podem ser vistas como meras coadjuvantes no universo político, pelo contrário, os candidatos sofrem impactos diretos dessas danças dos números. Iremos avaliar hoje a importância das pesquisas.
Afinal, bons resultados significam apoio político, contribuições financeiras, mais espaço na mídia… Entretanto, o oposto representa perda de expressividade, consequentemente perda de aliados, apatia, crises internas e, até mesmo, desistência da disputa.
Para compreender tudo isso começarei definindo o que é pesquisa eleitoral
A pesquisa eleitoral é uma consulta de intenção de voto com padrão científico, requer dados estatísticos. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determina algumas regras e, além disso, a pesquisa precisa ser registrada junto à Justiça Eleitoral.
Você deve divulgar sua pesquisa com os seguintes dados:
– O período de realização;
– Margem de erro;
– Número de entrevistas;
– Nome da empresa/entidade que a realizou.
Detalhe importante: Comunique a Justiça Eleitoral que fará uma pesquisa com pelo menos cinco dias de antecedência.
A exceção à regra são as pesquisas de consumo interno, que, apesar de possuírem padrão científico, não precisam ser registradas junto à Justiça. Neste tipo de análise utilizamos os dados para traçar estratégias de campanha ou mesmo de posicionamento de uma pessoa que deseja, no futuro, vir a concorrer um pleito.
Há duas formas de seguir uma pesquisa eleitoral: a quantitativa e a qualitativa.
Na pesquisa quantitativa o objetivo é apontar a frequência ou intensidade de um comportamento, sem investigar suas causas ou aprofundar nos fatos.
Buscamos resultados palpáveis e objetivos, é uma abordagem exata! Assim sendo, retiramos de seus resultados números importantes para trabalharmos em toda a campanha política e no mandato em si. Quantificamos os problemas e traçamos estratégias para a solução.
Já a qualitativa tem caráter exploratório e investiga a motivação, os porquês e leva em consideração pontos que não se podem quantificar, uma vez que são aspectos bem individuais.
Nesse tipo de abordagem, investigamos questões que não podem ser quantificadas, são elas:
- símbolos;
- valores;
- crenças;
- ideologias;
- e outros.
Exatamente por ser uma pesquisa muito profunda e subjetiva, há a necessidade de fazermos um trabalho mais denso, longo e complexo. Então, o pesquisador precisa se inserir no contexto social do pesquisado, adentrar em camadas mais profundas que a intenção de voto, por exemplo.
Esse tipo de pesquisa busca compreender fenômenos sociais complexos, relações humanas e como elas influenciam nas decisões do eleitorado.
Apesar de ser um método comprovadamente eficaz existe muitos mitos em torno desse universo, um deles é que instituto a ou b beneficiaria candidato a ou b. Essas incompreensões sobre a confiabilidade das pesquisas se dão pelo simples fato de a população em geral desconhecer o procedimento. Assim sendo, algumas falácias “grudam” no senso geral.
Mitos sobre as pesquisas eleitorais
O primeiro mito é que realizamos pesquisas para favorecer candidato a ou b. O que é um absurdo.
Os institutos são regidos com muita seriedade, aplicam métodos científicos, todos os processos de análise são feitos pautados em evidências. Além disso a reputação do instituto de pesquisa é seu maior bem. A sua credibilidade vem do nível de acerto que ele entrega. Então é incoerente pensar que qualquer um deles poria sua reputação em risco para benefício de algum candidato.
Inclusive não é incomum realizarmos uma pesquisa em que o resultado é contrário aos interesses de nosso assessorado. De fato, isso gera um desconforto, mas é uma grande oportunidade de fazermos um trabalho de recuperação de reputação. Sem as pesquisar não saberíamos, da rejeição de um assessorado, por exemplo.
Segundo mito: as pesquisas não refletem a opinião das massas.
Isso é muito comum!
Geralmente vejo pessoas que levantam a questão: mas como pode a pesquisa refletir a opinião do povo, se eu não conheço ninguém que tenha sido entrevistado.
Ora, é simples de se explicar. Normalmente os eleitores se informam pelas redes sociais, seja Twitter, Facebook ou Instagram, fato é que as redes sociais formam hoje uma grande teia de informação. Porém existe o algoritmo, e uma das premissas é entregar ao usuário apenas o que é de seu interesse.
Por isso vemos tantos comentários do seguinte gênero nas épocas de campanha: O candidato A vai ganhar. Só da ele em todas as redes. E em outros usuários: É certo que o candidato B vai ganhar. Ele está nos trend topics das redes.
Pois bem, o primeiro usuário, certamente, se conecta com o pensamento ideológico do candidato A, por isso o algoritmo entrega a ele tais conteúdo relacionado a esse candidato em questão. O mesmo acontece ao segundo, que recebe conteúdo do B pois tem o interesse naquele tipo de proposta.
Entende por que eleitor do Bolsonaro não recebe conteúdo do Lula e vice-versa?
As redes sociais não refletem a opinião do povo, reflete a sua!
A pesquisa é fundamental para a estratégia de ação. Medindo o grau de satisfação do assessorado em determinada região, a equipe de marketing pode traçar um plano específico para aquele cenário e, consequentemente, levar o assessorado à uma melhoria quanto ao contentamento do eleitorado.
Não renuncie a uma pesquisa realizada por um instituto sério e respeitado.
Gostou do conteúdo? Confira então nosso podcast que tem um episódio especial sobre o tema. Entregamos muito conteúdo lá.
https://open.spotify.com/episode/3WaZmu5yQ6i6XgqwxOk2E8?si=9b7716f2e94b4c1d