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Pensamento estratégico em campanhas políticas

Desenvolver o pensamento estratégico aplicável a campanhas políticas, através da análise de casos e da oportunidade de criar uma técnica própria, nem sempre é uma tarefa simples. Contudo, garanto que é extremamente gratificante.

Entender o pensamento estratégico é fundamental para todos os profissionais que atuam na área. Por isso, neste artigo eu irei destrinchar o pensamento estratégico em campanhas políticas. Pegue um café e boa leitura.

Os eleitores atualmente passaram por mudanças significativas, tanto em suas características quanto na maneira como planejam suas decisões. Na maioria dos países latino-americanos, eles exercem seu voto de forma livre e consciente, reconhecendo que possuem o poder de apoiar, punir ou realizar um voto “útil” em candidatos que, mesmo sem total aprovação, podem derrotar autoridades que, em sua visão, não governaram adequadamente.

Paralelamente, as organizações políticas também estão passando por transformações importantes. Gradualmente, elas têm profissionalizado suas campanhas de comunicação política. Através de pesquisas, grupos focais, entrevistas em profundidade e estudos de percepção, elas podem entender as diversas preferências e necessidades do eleitorado. Isso lhes permite direcionar suas mensagens e propostas de forma a atender as expectativas, demandas e tendências do público.

As mudanças não se limitam à estrutura de transmissão, formatos e canais de comunicação. Hoje, candidatos e campanhas contam com novas tecnologias e inúmeras ferramentas de comunicação. Isso exige que as campanhas políticas sejam mais estratégicas, criativas, simples e diretas.

Nas sociedades modernas, os cidadãos escolhem candidatos com base em sua afinidade e identificação com eles. Portanto, a percepção dos eleitores em relação aos candidatos exerce uma influência direta na estruturação e implementação das campanhas de comunicação política. Além disso, à medida que os cidadãos se tornam mais informados e seletivos, os estrategistas enfrentam a necessidade de se adaptar a essa mudança.

 

Metodologias e estratégias para campanhas políticas

 

Francisco Javier Barranco define essa área da comunicação política como o conjunto de técnicas que permitem captar as necessidades que um mercado eleitoral possui, com vista a estabelecer um programa ideológico propenso a resolvê-las. A isso se soma a incorporação de um candidato, capaz de “personalizar” e promover o referido programa, utilizando propaganda política. Do seu ponto de vista, o objetivo final do marketing político é a conquista do voto individual do maior número de eleitores, com o qual o partido que ele representa estará em condições de chegar ao poder.

 

O ponto de vista do marketing político

 

Não existem produtos, existem candidatos. É por isso que as diferentes organizações políticas devem preocupar-se em começar a formar e preparar os seus diferentes quadros, para terem os melhores candidatos.

Não há cidadãos em geral, existem públicos-alvo. Hoje, a mensagem e as campanhas devem ser muito mais segmentadas e devem ser baseadas nos interesses, necessidades e problemas de cada um dos segmentos, grupos ou públicos.

Não há comunicação social, há propaganda política. Por norma, aquelas campanhas que buscam “educar” o eleitor acabam perdendo. A eleição exige uma comunicação direta e uma linguagem com foco mais publicitário e menos jornalístico. Isso ocorre principalmente porque o curto período de uma campanha política não é suficiente para mudar substancialmente as crenças, hábitos, opiniões e práticas dos cidadãos.

Portanto, devemos lembrar a todo momento que nosso principal objetivo durante uma campanha política é persuadir e convencer um eleitor, uma vez que a proposta, o lançamento e a consolidação de uma nova cultura política devem ser uma política de Estado.

Por exemplo, quando pensamos em um pleito eleitoral, devemos nos preocupar com o que mais afeta aquela população, o seu problema direto. Suponhamos que na sua cidade seja a segurança, ela deve ser o principal tema do discurso político. Isso é pensar de forma estratégica.

Dinheiro e recursos, sem estratégia, não ganham nada. Os recursos econômicos, políticos, sociais, organizacionais e humanos desempenham um papel muito importante em todas as campanhas políticas. No entanto, isso não significa que o candidato com mais dinheiro, militantes ou canais de difusão será necessariamente aquele que acabará vencendo as eleições. Como na guerra, com uma excelente estratégia, alguns soldados bem organizados, disciplinados e com funções e objetivos claros podem conter e até derrotar um exército maior e mais bem armado.

 

Vamos compreender alguns elementos essenciais do marketing político

 

  • Conhecer nosso público: É imprescindível realizar pesquisas constantes – utilizando estudos qualitativos e quantitativos – para entender quem são as pessoas que queremos alcançar. Precisamos saber onde elas estão, quais são seus interesses, problemas, preferências de mídia, formas de comunicação, atividades, hobbies e paixões.
  • Escolher o melhor candidato: É fundamental para as organizações políticas compreender que o candidato com maiores chances de vitória deve ser o escolhido. A decisão não deve ser pautada em caprichos ou interesses individuais, mas sim naquele que realmente pode oferecer soluções e representar efetivamente o público. Aspectos como permanecer na linha ou possuir recursos econômicos não devem ser os únicos critérios de seleção.
  • Apresentar as melhores propostas: Para conquistar o eleitorado, qualquer campanha política precisa basear-se em propostas concretas, viáveis, voltadas para o futuro e capazes de resolver os problemas da população.
  • Convencer o eleitorado: Durante uma campanha política, é crucial manter o eleitor como a figura mais importante. Para convencê-lo, é necessário apresentar propostas que verdadeiramente visem a melhoria de sua qualidade de vida. Além disso, a comunicação deve ser emocional, com mensagens e discursos que toquem o coração e as emoções do público.

É importante salientar que, atualmente, as pessoas não se vinculam apenas a partidos políticos, mas sim a candidatos e suas propostas. A competição ocorre em diversas frentes, cada uma com sua própria lógica. A ideologia perdeu parte de sua relevância, sendo a credibilidade e empatia com o candidato fatores-chave. Quando o público reconhece, aprecia e acredita no candidato, permanece com ele. Caso contrário, buscará uma opção mais adequada, tanto no candidato quanto nas propostas apresentadas.

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