Adversários ajudam a ganhar relevância ou atrapalham sua jornada para ganhar votos? Um elemento absoluto na política são os adversários. Você só está no jogo, de verdade, quando eles começam a aparecer independente do cargo pleiteado.
Eles passam a ser uma métrica de relevância para sua jornada. Se seu adversário não está lhe vendo, provavelmente seu eleitor também não está. Muitos não se preparam para lidar com esse elemento, fazem de tudo para evitá-lo e quando ele aparece, não sabem o que fazer. Isso acaba sendo um grande desperdício de energia mal direcionada.
Existe um benefício oculto em ter adversários na política. Você pode usá-lo para colocar pautas no “holofote”, pode fazer um contraste de atitudes para trabalhar sua imagem e ficar sempre em evidência.
Não que você deva sair procurando briga com todo mundo. Esse movimento deve ser estratégico e não deliberado e desorganizado.
É muito importante saber se defender de ataques inesperados e canalizar a energia (através do discurso) para um ângulo que lhe favoreça e ajude a ganhar votos. Como aprendemos com Sun Tzu em “A arte da guerra”, um manual para batalhas bélicas que cabem bem para a política, por que no final das contas, os dois confrontos são por espaço.
Diz o general protagonista do livro: “A verdadeira arte está em vencer sem desembainhar a espada”.
Em resumo, essa ideia coloca o peso das decisões no planejamento estratégico que deve contemplar os menores danos possíveis, dissuasão e alianças. Não esquecendo que, para ganhar votos na política, é necessário entender o jogo de grupos: quem tem maioria vence, porém é tão importante saber lutar em maioria como em minoria. A energia gasta será a mesma, o diferencial sempre estará na estratégia.
Como distinguir adversários à sua volta e nas sombras? A primeira coisa é entender as classificações de oponentes na jornada.
- Aliados
- Adversários
- Inimigos
Inimigos? Sim, existem inimigos na política e isso não deve ser um tabu.
Aliados não são amigos, da mesma forma que adversários não são inimigos. A diferença de adversários para inimigos é que os inimigos atravessam certos limites de ataques que envolvem a reputação pessoal, judicializações e atentados contra a vida. Esse último é mais comum do que se imagina, infelizmente. Não dá para chamar alguém que empreende essas três ações de adversário, é inimigo mesmo.
Os adversários podem até ser aliados em questões pontuais e manter as críticas no âmbito das ideias, porém, estrategicamente, estão sempre juntos em votos, discursos e ações por conveniência política.
Como se blindar e ainda ganhar votos com os opositores políticos?
A base estratégica está nesses pontos:
- Pesquisa
- Reputação forte
- Discurso
- Mobilização
Pesquisa
Conheça-te a ti mesmo, ao ambiente e aos adversários! Se assim proceder, estará sempre em vantagem para as reações necessárias na batalha política para ganhar votos.
Não existem ações e reações em cima de “achismo”, todas as decisões precisam ser embasadas em dados e informações. Desta forma você pode desarticular alianças “inimigas”, inviabilizar projetos, impedir ajuda externa e ter argumentos para todos os ataques.
Reputação
Um dos maiores ativos da política para ganhar votos. A criação de uma reputação estratégica, levando em consideração de onde você veio, crenças e valores, vai blindar as pessoas de percepções negativas sobre sua campanha e/ou mandato.
Não existe político forte sem uma reputação forte. Sua força política cresce na medida que sua reputação cresce. Sem contar que o que traz dissuasão de confronto é a reputação que lhe precede.
Discurso
Não adianta ter as informações corretas e uma reputação refinada e não saber comunicar para manter a reputação e fazer jus as informações que tem. O discurso está para o político assim como o fuzil está para o soldado.
Nas interações você vai precisar mostrar autoridade e força de forma constante. Isso vem do discurso consistente, congruente e persuasivo. Cada vez que você fala ou cala, estará trabalhando percepção sobre sua marca política. Deve-se saber como falar, tanto como a hora de calar.
Mobilização
Um general sem exército não existe. Ninguém ganha batalhas sozinho. Quem vai levar seu discurso onde você não está? Quem vai defendê-lo na velocidade e intensidade certa? Quem vai massificar ideias e defesas onde você não tem alcance?
A política é um jogo de prioridades que se expressam das mais diversas formas, a mais complexa é do confronto. Portanto, para ganhar votos com os adversários: governe o caos das “batalhas” e esteja em vantagem para a “guerra”.
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