No marketing político, torna-se cada vez mais necessário conhecer o público para o qual falamos. Saber quem são os eleitores, onde estão e seus anseios é de suma importância.
Hoje, mais do que nunca, as redes sociais e digitais tornaram a vida como um todo mais dinâmica, sobretudo no marketing político. Onde, muitas vezes, as correlações de poder e de influência são modificadas rapidamente, que não conseguimos nem acompanhar os acontecimentos e precisamos estar atentos às necessidades do eleitorado. O eleitor está mais exigente, mais participativo e mais interessado.
O que de fato é bom! Mas nos conectarmos com esse público pode ser uma tarefa muito difícil. Uma excelente proposta eleitoral encanta, é claro, mas para convencer é necessário ir mais a fundo, é necessário entender em que ponto podemos melhorar a qualidade de vida do eleitor. A mensagem precisa ter endereço certo.
A comunicação e organização precisam ter constante interação, pois os elementos mudam, e com eles a comunicação deve mudar. Entenda, não digo mudar o conteúdo comunicado, mas a forma de fazê-lo. Sendo sempre fiel aos valores, ajustando, apenas, o veículo e a maneira de proferir a mesma mensagem.
Nesse prisma, é relevante pensarmos em alguns elementos que são fundamentais ao marketing político.
O primeiro elemento que eu gostaria de ressaltar é a análise de conjuntura, entender melhor a situação política atual. O cenário político-eleitoral muda considerável e constantemente. Por isso, algumas questões não podem ser esquecidas ou negligenciadas. Uma delas é a velocidade da informação.
É de suma importância que o político se mantenha em foco e o mais hiper conectado possível. Pois é nesse momento em que os críticos digitais têm o poder de redefinir uma opinião (pelo menos no digital), então a regra é: estar sempre atento ao que se comunica nas redes.
Ter uma equipe qualificada que faça o monitoramento e a leitura dessa conjuntura digital é cada vez mais urgente. É claro que não só de internet vive a política nacional (e internacional). Ainda, uma grande parcela dos eleitores estão offline. Por isso, devemos dividir nossas forças investigativas. Enquanto um braço cuida do digital, outro cuida do offline.
Uma excelente forma de monitorar o cenário offline é conhecendo as necessidades dos eleitores. Conhecer não somente suas necessidades, mas seus hábitos e seus anseios.
Nos últimos anos, consultores políticos dedicaram-se ao estudo de temas políticos. E descobriu-se que os principais anseios do eleitorado são os mais poderosos recursos de marketing político em uma campanha.
As suas emoções e afetos, geralmente, estão ligados aos seus valores. O povo vota por sentimentos de amor e ódio. Porque uma proposta pode fazê-lo sentir esperança ou desespero.
Por isso, devemos concentrar essa investigação conjuntural em temas como medos, desejos, anseios e problemas cotidianos do eleitorado. Essa análise permite definir diretrizes que nortearão a estratégia da campanha.
O profissional de marketing político deve estar atento às tendências do eleitorado para utilizar estratégias que vão de encontro com essa inclinação. É um movimento comum do eleitor replicar ou viralizar sem muita reflexão o que acontece na sociedade, especialmente na esfera digital.
Costumamos ver, com muita frequência, publicações extremamente conjunturais. O humor geral da população causa um movimento conjunto, onde os cidadãos são contagiados pelos acontecimentos políticos. É claro, que nessa investigação precisamos incluir as tendências ideológicas. É impossível pensar em análise de conjuntura sem falarmos de inclinações ideológicas.
Todo ser humano tem sua predisposição de valores e princípios, sejam eles mais conservadores ou liberais. Mas eu diria que chega a ser impossível que uma pessoa seja absolutamente neutra, politicamente falando.
O ser humano é um ser político, que vive e respira política, mesmo que não queira. Nossas decisões e escolhas são, muitas vezes, pautadas pelo contexto político que vivemos naquele momento. Portanto, é essencial conhecer os problemas congênitos da população, aqueles que estão fincados na realidade. E lembre-se que mesmo sendo um ser político, uma das coisas que menos preocupa o cidadão é justamente a política.
O indivíduo se preocupa com aquilo que efetivamente muda sua vida. Com aquilo que nós sabemos que é política, mas para o cidadão comum é uma rua sem pavimentação, um posto de saúde precário ou a baixa qualidade nas escolas do bairro. Todas essas dores e queixas vão embasar as inclinações conjunturais da população.
Portanto, saber o que afeta diretamente a população é imprescindível em uma campanha política. Assim, há a possibilidade de segmentar a mensagem com tópicos que façam sentido para o eleitorado. Lembrando sempre que, o objetivo de uma análise conjuntural é conhecer a fundo o que determina certos comportamentos e escolhas políticas da população, perceber os elementos-chave de um processo eleitoral é, de certa forma, conhecer a percepção do eleitor sobre a classe política.
É importante que, no âmbito da estratégia do marketing político, saibamos propor um conjunto de séries táticas que nos permita explorar a imagem política de acordo com a necessidade atual. Transformar uma fraqueza em força, aspectos negativos em positivos, e, mesmo certos ajustes de mensagem, para que não haja ruído comunicativo entre candidato e eleitor.
A nossa estratégia deve, sempre, buscar uma melhor aceitabilidade de um candidato. Contudo, precisamos saber que existirá uma forte rejeição. E, por isso, devemos ter a sensibilidade, inclusive, de declarar batalha perdida em alguns casos. Ora, não é sempre que vamos conseguir mudar um pensamento político enraizado, especialmente se tratando de questões ideológicas.
Portanto, em situações de extrema animosidade do eleitor para com o candidato, a melhor estratégia é não forçar a barra. Não devemos nos preocupar em converter opositores declarados. Durante a campanha, nossos esforços de marketing político devem estar divididos em dois grupos: apoiadores e indecisos.
Entenda que, conhecer a conjuntura política não é um mecanismo que utilizamos para tentar traçar uma estratégia de aceitação absoluta. Isso não existe! Mas, é uma forma inteligente de encarar uma batalha. Conhecendo o cenário, prevendo jogadas e analisando os movimentos, tanto de adversários quanto de apoiadores. Política é um jogo de xadrez, lento, analítico, estratégico. Não conhecer bem o tabuleiro e a disposição das peças é o primeiro passo para a derrota.
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