Os profissionais que trabalham com marketing político eleitoral sempre tentam prever novas possibilidades e desafios para, assim, garantir mais chances de vencer campanhas no futuro. Neste mercado, é fundamental acompanhar as mudanças no ambiente digital e o comportamento dos eleitores. Afinal, estratégias de sucesso demandam planejamento.
Para conquistar o eleitorado, é preciso conhecê-lo primeiro. O avanço nos estudos do comportamento humano permite que o marketing político seja cada vez mais preciso no reconhecimento de eleitores com mais chances de votar em determinado político. Aliado a isso, observar as transformações nos meios de transmissão da mensagem garante que os candidatos sejam ouvidos.
Separamos nove tendências de comunicação eleitoral para começar a se preparar desde já. Confira:
1) Eleitores mais conectados
A comunicação política é cada vez mais dependente das tecnologias digitais. Desde a campanha de Obama, em 2008, a internet e as redes vêm ganhando força no processo eleitoral, mas ainda estão longe de tomar o lugar da TV como meio mais influente de comunicação. Neste contexto, a tendência é que as campanhas adotem formatos crossmedia, isto é, o uso de diferentes canais para passar uma mensagem. A influência mútua entre TV e internet aproximará os políticos do eleitorado.
2) Celular em primeiro lugar
O celular se torna, a cada ano, instrumento básico de comunicação na sociedade moderna. Isso significa que o marketing político vai se voltar para estratégias que priorizem a dinâmica de uso do aparelho. Assim, o mobile first, ou celular em primeiro lugar, definirá novos rumos para os profissionais da área.
3) Audiovisual em destaque
A linguagem audiovisual continuará a ser a mais importante na comunicação política, especialmente com a crescente popularidade dos vídeos curtos e transmissões ao vivo. Os candidatos devem ser capazes de se conectar com o público em poucos segundos e gerar interesse em suas mensagens. Dessa forma, o infoentretenimento, que mistura informação e entretenimento, prevalecerá nas campanhas eleitorais.
4) Audiência descentralizada
Chegar ao eleitor será ainda mais difícil. Isso porque as audiências estão cada vez mais fragmentadas, com a proliferação de canais e plataformas de comunicação. Um mesmo conteúdo deverá ser produzido com linguagens diferentes para atingir a mesma quantidade de eleitores que, em outros tempos, era facilmente alcançado pela televisão.
5) Candidatos com canais próprios de comunicação
Com a perda de audiência dos meios tradicionais, os candidatos devem reforçar seus próprios canais de comunicação durante as campanhas eleitorais. Neste contexto, as plataformas que possibilitam maior controle da audiência tendem a ocupar espaço mais importante. Será necessário, por exemplo, se preocupar com base de dados própria.
6) Microsegmentação do eleitorado
Diante do volume de dados coletados sobre os eleitores, é preciso fazer o tratamento coeso do material. Dessa forma, os esforços da campanha serão direcionados ao público com maiores chances de votar no candidato, com estratégias diferentes para cada segmento do eleitorado. No futuro, a tecnologia pode permitir campanhas eleitorais individualizadas com conteúdo ainda mais específico para cada eleitor.
7) Inteligência artificial como aliada
A inteligência artificial veio para ficar. No futuro próximo, ela será parte importante da comunicação política, ajudando na tomada de decisões e processando grandes quantidades de dados para fornecer estratégias melhores. A tecnologia pode ser usada para determinar os perfis psicológicos dos eleitores, desenvolver mensagens mais eficazes e prever resultados com mais precisão. Além disso, ferramentas de inteligência artificial podem gerenciar campanhas de telemarketing e responder a perguntas nas redes sociais, entre outras finalidades.
8) Eleitores polarizados e comportamento volátil
Os eleitores estão cada vez mais polarizados politicamente. Mas a contradição é que, apesar de firmes na defesa de determinados valores, o comportamento eleitoral está ainda mais volátil. Assim como defendido na teoria de Zygmunt Bauman, a sociedade “líquida” atual é marcada pelo efêmero, e não pela estabilidade. Novos líderes quase desconhecidos surpreendem e ganham eleições, partidos sólidos encolhem, entre outros exemplos. Isso cria a necessidade de identificar os valores que são importantes para os eleitores logo no início da campanha para moldar o debate público.
9) Apoio mais forte a lideranças
A liderança pessoal continuará a ser um fator importante na decisão do voto, ainda que não saibamos qual perfil será predominante. O sucesso do marketing político na campanha dependerá em grande parte da capacidade dos candidatos de se conectarem com os eleitores em um nível pessoal e emocional.