Nas ruas e nas redes: A importância da mobilização de campanha
O processo de mobilização em campanha política é um dos passos fundamentais para atingir os objetivos da eleição. Ela é essencial já na pré-campanha.
Ressaltamos que uma campanha pode ser considerada como um conjunto de esforços que visa influenciar o progresso da tomada de decisão dentro de um grupo específico de eleitores em potencial.
“Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”, essa frase é do saudoso sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, e considerando os tempos da efemeridade e da velocidade da informação, os desafios para os movimentos relacionados à política também se tornam grandes.
A mobilização em campanha
O processo de movimentos, envolvimentos e interação com o potencial público ávido por receber informações e respostas às suas demandas sociais e individuais deve nortear parte dos esforços de um representante político, candidato e legenda.
Lembramos que a campanha política é um esforço organizado que busca influenciar as opiniões e decisões dos eleitores.
Na prática, as campanhas políticas geralmente se referem às campanhas eleitorais. É através de uma eleição democrática que os representantes de uma cidade, estado e país são escolhidos pela população.
A política moderna
Através da mobilização de campanha temos o surgimento de fluxos de informação e de troca de experiências.
Atualmente, através das plataformas sociais e tecnológicas, a política moderna apresenta campanhas políticas de maior destaque concentrando-se nas eleições gerais e nos candidatos a chefe de estado.
Contatos com eleitor: alta e baixa intensidade
Você precisa alternar as formas de contato com o seu eleitor durante a pré-campanha e campanha eleitoral. São contatos de alta intensidade (ações de rua, porta a porta, eventos, etc), com ações de baixa intensidade (como mídias sociais, ads, whatsapp).
Nesse episódio do podcast República Cast aprofundo o assunto:
A participação
Nesse processo de mobilização, seja no contexto econômico e político, conforme as eleições se aproximam, os eleitores percebem sua participação como mais valiosa, porque há uma chance maior de que eles votem.
Por outro lado, eleitores não levam em consideração a proximidade, porque a probabilidade de seu voto mudar exclusivamente o resultado de uma eleição é bastante pequena, mesmo em eleições próximas.
A proximidade da eleição
Porém, quando verificamos o período no qual as eleições se aproximam, pode aumentar a participação porque as elites distribuem recursos da campanha para locais onde os resultados das eleições podem ser afetados pela mobilização de apoiadores adicionais.
As atividades
Seja no Brasil, na Europa ou nos EUA, a mobilização em campanha política envolve medidas aprimoradas de proximidade e atividades de campanha.
No contexto dos objetivos, quanto maior é o envolvimento e o engajamento, maiores serão as perspectivas de popularidade e aceitação. Quanto maior a mobilização, maior a probabilidade de sucesso de um projeto político
O marketing digital
Nos tempos atuais de digitalização, o marketing digital tem sido amplamente utilizada nas campanhas eleitorais presidenciais dos EUA desde o ano 2000, o mesmo se verificou no Brasil, principalmente, a partir dos anos 2010. Mas, nos EUA, as campanhas na Internet tornaram-se mais interativas do que nos anos anteriores.
Cabe avaliar se as plataformas digitais que cresceram nos últimos tempos estão ou não fazendo diferença nos resultados políticos tornou-se digna de nota e os esforços de pesquisa examinaram campanhas políticas por meio de sites, características da população politicamente ativa e papéis da mídia.
As forças de campanha
Considerando as várias forças de campanha, as atividades organizadas por grupos de ativistas, a aceitação popular se torna crucial.
Desde 2004, nas campanhas políticas norte-americanas, os resultados contrastam semelhanças e diferenças entre os participantes em diferentes níveis de participação, pois enquanto boa parte dos estudos anteriores se concentrou no nível macro, este estudo está focado no nível micro mais direcionado.
Em 2004, nos EUA, as campanhas eleitorais presidenciais envolveram várias iniciativas de mobilização em campanha incluindo partidos políticos, candidatos e outras organizações que usaram a Internet para mobilizar os eleitores e promover as posições dos candidatos.
A evolução
Dessa forma, podemos verificar que as campanhas online tornaram-se mais interativas em 2004 do que nos anos anteriores através de blogs, sites e redes sociais.
Muitos candidatos usam ativamente a Internet para se comunicar com o público visando estabelecer conexões com potenciais eleitores e promover sua visão.
Canais
Além das reuniões presenciais, comitês e encontros em locais públicos, as mobilizações podem assumir um grau de interatividade digital. Os candidatos e seus partidos podem utilizar sites, blogs, canais no YouTube e outras plataformas para disseminar suas mensagens e posicionamentos de campanhas.
Sempre visando incentivar seus apoiadores a organizar voluntariamente reuniões via web e pessoalmente.
Em certos casos, as ações de mobilização de ação de campanha podem ser passivas e ativas, dependendo do contexto social e político da eleição.
Atualmente, os líderes da campanha renunciaram ao controle, recostaram-se e permitiram que o suporte da Internet acontecesse, empoderando os apoiadores.
Saber ouvir
Por outro lado, os candidatos devem saber transparecer uma atitude certa para saber ouvir seus eleitores e seguidores potenciais.
Além de emitir propostas e dados, é fundamental saber ouvir demandas e opiniões, mas esse conselho vale também para comitês, grupos de mobilização partidária ou independente.
Os grupos de ação também precisam saber ouvir a aplicar possíveis soluções para os projetos.
Direções
Essas orientações valem, basicamente, para qualquer tipo de campanha, seja ela em nível regional ou nacional, no Brasil, EUA, América Latina, Europa ou Ásia.
Nos EUA, um estudo sobre o uso da Internet durante a campanha relatou que a maioria da população ainda depende da televisão como sua principal fonte de notícias, embora mais pessoas estejam recorrendo à Internet para obter notícias das eleições em comparação aos anos anteriores.
É evidente que as tecnologias sozinhas não promovem o envolvimento cívico produtivo. As tecnologias podem criar oportunidades para participar de atividades políticas.
Por outro lado, em nível de mobilização em campanha, não se sabe sobre as experiências de pessoas que participam de atividades políticas da Internet e que desdobram atividades fora da internet.
Fazer parte
Geralmente, o sentimento de querer fazer parte ajuda o sentido da mobilização e do engajamento.
Quando o potencial eleitor se sente inserido e incluído, sobretudo, ouvido, ele se sente como parte de um movimento.
O contexto digital
Entre o processo de mobilização nas plataformas digitais e no meio analógico, há diferentes várias teorias concorrentes quando se trata de discutir se ou não a Internet está fazendo a diferença nos resultados políticos.
Os estudos recentes tendem a se concentrar na análise de campanhas políticas via sites da web, sobre características das populações que se envolvem em atividades políticas on e offline, além do papel da mídia como fonte de informação dos eleitores.
As atividades digitais
Para gerar mobilização de campanha no meio digital, há várias atividades, incluindo disseminação de informações através de sites, listas de e-mail, blogs e reuniões mediadas por computador, facilitadas pela Internet durante as eleições.
Dessa forma, percebemos a capacidade da ideia do potencial da Internet de aumentar a participação cívica do cidadão.
Por outro lado, as pesquisas recentes de cinco a dez anos, são empíricas e não sabem indicar como a Internet pode influenciar a participação social.
Previsões
Para o futuro, determinados pesquisadores afirmam que a Internet pode impactar as atividades políticas através da mobilização em campanhas.
Alguns sugerem que a Internet pode ser benéfica para organizações carentes de recursos que tradicionalmente não têm acesso a meios de comunicação de massa. Os estudos sobre a mobilização a partir da internet começaram ainda em 2004 nos EUA.
Os passos da mobilização
Seja no contexto do mundo real ou da internet, a mobilização pode acontecer em quatro passos.
1 – Construa uma narrativa sólida
O primeiro passo é construir uma narrativa que mobilize o eleitor para o seu projeto político. Engajar o eleitor só será possível que as temáticas trabalhadas tiverem conexões com os desafios realidade local. Utilize o storytelling na sua comunicação. No vídeo abaixo, tem uma palestra onde ensino como construir sua imagem, reputação e narrativa. Assista e coloque em prática no seu projeto político:
2 – Defina as ações
Com a narrativa montada é momento de definir as ações de mobilização. Elas serão atividades digitais, a partir das mídias sociais, ou presenciais? Explore ações diferentes, faça testes, e veja o que mobiliza melhor o seu perfil de eleitor.
3 – Escolha os canais
Qual os canais você irá utilizar para ativar a sua militância. Será via whatsapp? Facebook? Instagram? Twitter? Google Ads? ou outra Rede Social? Escolha o canal certo para se manter conectado com sua audiência. Uma lista de transmissão de whatsapp é uma ótima pedida.
4 – Resposta rápida
Quando o candidato e seus grupos de apóiam apresentam respostas rápidas a determinadas questões levantadas antes e durante a campanha, há grande oportunidade de mobilização com os seguidores e não seguidores.
Resultados iniciais
Dentre os resultados iniciais, a mobilização analógica e digital identifica a promoção da identidade coletiva, a ideia de que os participantes fazem parte de uma comunidade maior e que os participantes compartilham preocupações semelhantes, como uma vantagem das ações conjuntas.
Conclusão
A mobilização de campanha eleitoral é um elemento fundamental para qualquer projeto político. Portanto, a identidade coletiva se torna uma força motriz para mobilizar os participantes para a ação coletiva. As informações certas fornecem à base de suporte amplamente passiva à base de debates.
Os movimentos podem unir as esferas pública e privada de maneira muito mais fluida do que poderia ser feito nas épocas nas quais a informação não possuía a velocidade que possui atualmente.